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Alzheimer: “se eu me esquecer de você não se esqueça de mim”

Márcia Goifman- Psicóloga

A doença de Alzheimer (DA) foi descrita pela primeira vez pelo psiquiatra Alois Alzheimer que deu nome a doença. De lá para cá, apresenta prevalência na população idosa. Os casos de Alzheimer correspondem a 70% do total de 47 milhões de pessoas no mundo com algum tipo de demência. 80% dos pacientes com a doença têm mais de 70 anos. Pessoas com menos de 65 anos com Alzheimer correspondem a menos de 5% dos casos. é mais comum nas mulheres (elas representam de 55 a 60% dos casos).
A temida Doença de Alzheimer é progressiva e consiste no esquecimento dos seus afetos e na perda de si mesmo da independência, o portador desta doença vive cada vez mais na solidão, no isolamento num grande ostracismo até necessitar de todo o cuidado.
Os especialistas recomendam prestar atenção a sinais da doença. A pessoa com Alzheimer passa a ter comprometimento de atividades recentes. O paciente fica repetitivo, não sabe onde guardou objetos, esquece compromissos e atrapalha-se em trajetos que antes lhe eram familiares.
Existem muitos mitos sobre a doença de Alzheimer, mas hoje com muitas pesquisas baseadas em evidências já temos acesso a muitas informações sobre esta doença tão complexa. Esta complexidade exige que o tratamento seja multidisciplinar e multiprofissional.
O diagnóstico precoce pode auxiliar no tratamento , na orientação dos cuidadores e no planejamento para o futuro. O diagnóstico precoce possibilita ao portador da doença tomar decisões de vida, inclusive para realizar sonhos que ficaram no passado. Sabemos que o Alzheimer é progressivo, por isso, as capacidades e funções preservadas devem ser valorizadas estimuladas enquanto as perdidas não devem ser lamentadas.
CUIDAR é a palavra chave que a DA exige. O cuidar da pessoa que recebe o diagnóstico, não é uma tarefa fácil, mas sim uma oportunidade para trocar muitas emoções com o familiar ou amigo. Já se sabe que os sentimentos do portador de Alzheimer ao contrário da cognição ficam mais preservados por mais tempo. O incentivo às vivências afetivas do paciente com suas famílias podem ser muito gratificantes.
Alguns medicamentos podem retardar o desenvolvimento de alguns sintomas e medicamentos ainda estão sendo testados. Ainda não encontramos a cura, mas até lá podemos retardar a evolução dos sintomas com várias medidas para promover o BEM-ESTAR do paciente. Para isso, o cuidado multidisciplinar é fundamental, com profissionais como medico, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo, enfermeiro, cuidador entre outros.
A grande esperança no momento está na prevenção da doença de Alzheimer. Podem ser fatores de proteção controlar pressão alta, diabetes, colesterol, não ter obesidade, praticar regularmente atividade física, dormir bem, ter alimentação balanceada e saudável. Fazer atividades que estimulam o cérebro ajudam a reduzir o risco de desenvolver Alzheimer porque mantêm o cérebro ativo. Fazer jogos de estratégia, puzzles ou palavras cruzadas ou aprender algo novo, como falar uma nova língua ou tocar um instrumento; ler livros, revistas ou jornais, pois além da leitura o cérebro também retém informações, treinando outras funções.

Setembro foi escolhido para ser o mês mundial da Doença de Alzheimer. O tema da Campanha Mundial de Conscientização sobre o Alzheimer neste ano é “Lembre-se de mim” (Remember Me, na versão original em inglês). O tema foi escolhido porque menos de 50% dos portadores de Alzheimer recebem esse diagnóstico e têm acesso aos tratamentos disponíveis.

O Espaço Integrar através do Núcleo da Terceira Idade fará uma palestra gratuita com o tema: identificando os primeiros sinais da demência de Alzheimer – Aspectos cognitivos e funcionais, dia 12/09/2017 às 19:00 horas. Venha participar conosco!