Thiago Helmer – Graduando em Psicologia
A taxa de mortalidade por suicídio no Brasil vem aumentando cada vez mais. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), os principais fatores que desencadeiam o suicídio, são: depressão, ausência de apoio social, eventos estressores, características sociodemográficas, entre outros. Observando os fatores listados, é possível apontar que a relação entre sujeito e o âmbito social, é importante neste processo. Uma vez que, o indivíduo dificilmente comete o suicídio na primeira tentativa, oferecendo sinais de que algo não está indo bem.
Mas, o que identidade de gênero tem a ver com isto?!
A identidade de gênero é algo extremamente relevante neste processo de construção que envolvem sujeito e ambiente. Os aspectos culturais (fatores do ambiente) dizem muito sobre expectativas que as pessoas possuem sobre as outras, o que devemos gostar, como devemos nos comportar, o que deveríamos ser. A necessidade de ser reconhecido e reconhecer-se no outro, faz parte desta construção de quem somos. E, a identidade de gênero é fator primordial para que isto ocorra, já que ela é como o sujeito se reconhece, podendo corresponder ao seu órgão genital (cisgênero) ou não corresponder (transgênero).
No entanto, toda esta padronização gera marginalização de quem não se encaixa as normas. Assim, a população trans brasileira é submetida a violências constantes. A dificuldade de permanecer no âmbito social geram transtornos e afastamento social por parte desta população.
A visibilidade proporcionada pelas mídias as pessoas trans, normalmente, são estereotipadas ou vinculadas a barbáries. Notícias como, “O Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo” é (infelizmente), comum em noticiários e estudos sobre a população trans e travestis. As mortes relacionadas a esta população, não estão ligadas apenas ao homicídio propriamente dito, mas também, em todas as formas de marginalização, violência psicológica e emocional, além da violação dos seus direitos fundamentais, provocando o sofrimento do indivíduo.
É importante ressaltar, a dificuldade em quantificar de forma assertiva sobre mortes ocasionadas por suicídio, já que muitos “acidentes” podem ter sidos, na realidade, suicídios. Ainda mais relacionar o suicídio ao fato, do sujeito ser transgênero ou não. Mas, é importante pensarmos como as relações de poder estabelecidas socialmente ligadas aos gêneros, podem influenciar (ou não) nesta libertação do sofrimento por parte do suicida.
Para saber mais sobre o assunto:
http://www.sexualidadeescola.furg.br/phocadownload/5%20seminrio.pdf#page=91
www.redalyc.org/html/3509/350947688017/
https://repositorio.observatoriodocuidado.org/bitstream/handle/53/2/rbp.S1516-44462009000600007.pdf
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